Paulo Coelho

Escrever é fazer amor sozinho. – Paulo Coelho

Eu só me lembro do envelope pardo, não sei como ele chegou em minhas mãos. Me lembro do cheiro do envelope pardo meio amassado que continha 3 livros, Se houver amanhã, do Sidney Sheldon, A aventura do pudim de Natal, da Ágatha Christie e Brida, do Paulo Coelho.

Eu já gostava de ler desde que aprendi a juntar as letras, deixando meus pais malucos, recitando rótulos de shampoo e outdoors, e depois folheando histórias infantis até que as páginas se desfizessem. Mas esse dia, do envelope pardo, eu considero o início da minha vida de leitora, pois foi a primeira vez que tive contato com livros adultos, e eu devia ter uns 11 anos.

Li estes três, reli Brida mais algumas vezes, gente era a história de uma bruxa de verdade! O máximo dos máximos para alguém nessa idade. Apaixonei-me perdidamente por Paulo Coelho, sempre procurava por ele nos sebos, ele escrevia o que eu queria ler.

O Diário de um Mago, O Alquimista,  As Valkírias, Maktub, Veronika Decide Morrer, O Demônio e a Srta. Prym, Onze Minutos fazem ou fizeram em algum momento parte da minha coleção.

E o meu favorito Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei, foi com este volume que eu aprendi que nem sempre estamos prontos para o livro que temos em mãos, pois foi só quando eu o reli, alguns anos mais tarde que eu sentei e chorei também, entendendo os sentimentos da protagonista Pilar.

Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia… – Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei

Vencedor de inúmeros prêmios e batedor (?) de recordes de vendas não é preciso dizer muito para que você saiba quem é o Paulo, que hoje ocupa a cadeira nº 21 da Academia Brasileira de Letras. Nascido no Rio de Janeiro, em 1947, casado com a artista plástica Christina Oiticica há 32 anos, após trabalhar como jornalista, compositor, diretor e autor de teatro, ele passou a dedicar sua vida inteiramente à busca espiritual e à literatura.

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Foram muitos livros mais tarde que descobri que Paulo Coelho é tido por muitos intelectuais como literatura ruim, sendo classificado até mesmo como “lixo”, essa fama aparentemente é exclusiva do Brasil.

Não entrarei nessa discussão.
Com o passar dos anos minha estante cedeu espaço a outros autores, obras mais complexas e variadas, mas jamais esquecerei quem fez com que me tornasse uma devoradora de livros, e tenho certeza que ele inspirou muitos leitores iniciantes mundo a fora.