Nu, de Botas – Antônio Prata

Fiquei conhecendo o Antônio Prata por causa da amizade platônica que o Gregório Duviver desenvolveu com ele, e contou pra todo mundo num texto publicado pela Folha de São Paulo (para ler clique aqui). Essa foi minha primeira referência ao Antônio e aos seus livros.

Nu, de botas tinha saído há pouco tempo, porém eu não gosto de livros de crônicas. Nunca gostei, sou muito afobada pra ler este tipo de livro, eu quero ler de uma vez só, do começo ao fim. Pra mim somente funcionava as crônicas que saiam nos jornais, só tinha uma, você lia e pronto.

Porém, comentei sobre o livro com a queridíssima Denise, que me falou que estava louca pra ler. Aí aquela pulguinha atrás da orelha, que havia nascido quando li o título e crescido com o texto do Gregório resolveu começar a coçar. Resolvi pesquisar a sinopse do livro (que até aí eu não fazia ideia do que se tratava) e fui ler os comentários, dois me chamaram muita atenção, era mais ou menos assim:

Antônio Prata pode e faz muito melhor em ‘Meio Intelectual, Meio de Esquerda’.

Não me lembro do site – 3 estrelas

Recomendo: ótimo livro, hilário, leve, bem escrito, imperdível para quem viveu a infância na década (perdida) de 80… Melhor do que eu imaginava.”

Felipe L. V. Roquete – Amazon – 5 estrelas

Porque esses dois comentários me chamaram a atenção? Não sei, mas eu já queria ser amiga platônica do Antônio, e a divisão de opiniões ilustradas nesses dois comentários fez o impulso falar mais alto. Mesmo não nascendo na década de 80 e não gostando de livros de crônicas, disse pra mim mesma um: “Ah, que se dane”, e comprei.

O Antônio, ou Toninho, para os amigos platônicos mais íntimos, me ensinou a ler livros de crônicas, a saboreá-los, a não devorar tudo de uma vez e ficar com aquela cara de ‘ah?’ no final. Ele me ensinou a ler devagarinho, uma crônica por vez, uma por momento.

O livro conta as primeiras lembranças no quintal de casa, os amigos da vila, as férias na praia, o divórcio dos pais, o cometa Halley, Bozo e os desenhos animados da tevê, a primeira paixão, etc. Não dá pra dar muitos detalhes do livro porque senão acabaria com a graça.

Mas o bacana mesmo é que ele é escrito do ponto de vista do Antônio quando criança (eu quase nem ADORO livro assim).

Eu não vivi na década de 80, e as coisas que aconteceram com o Antônio não foram as mesmas que aconteceram na minha infância, mas os sentimentos são os mesmos, ele consegue de forma mágica ilustrar isto. Quando você está lendo você pensa: “já passei por isso!” ou “coitado do Antônio, sei como é!”.

Pela primeira vez me rendo, e recomendo um livro de crônicas! É isso, eu me rendo!