20 anos de castelo Rá-Tim-Bum

Há 20 anos foi transmitido, na TV Cultura, o primeiro episódio de O Castelo Rá-Tim-Bum. A série, que narrava as aventuras de Nino, o “jovem” aprendiz de feiticeiro de 300 anos, teve 70 episódios planejados originalmente, e mais 20 encomendados depois que a série estreou.

Para homenagear o programa que ajudou a formar a geração dos anos 90, o designer editorial Thales Molina e o jornalista Victor Bianchin criaram o projeto colaborativo 20 anos do Castelo Rá Tim Bum por vários artistas.

A jiboia Celeste era uma luva de espuma que foi modelada, emborrachada e, por último, tomou um banho de látex. Seu design foi criado para que os movimentos de focinho fossem como os da cobra Kaa, da animação Mogli. Havia uma portinhola na parte de trás da árvore para o manipulador Álvaro Petersen poder entrar. O estúdio não tinha ar-condicionado e a temperatura ali era tão quente que, uma vez, ele chegou a desmaiar de calor. O bordão da cobra, “Noooooossa!”, é uma homenagem de Álvaro ao humorista Costinha.  Arte do Arthur Domingues: http://www.arthurmask.blogspot.com/ e https://www.facebook.com/arthur.domingues.18
A jiboia Celeste era uma luva de espuma que foi modelada, emborrachada e, por último, tomou um banho de látex. Seu design foi criado para que os movimentos de focinho fossem como os da cobra Kaa, da animação Mogli. (…) O bordão da cobra, “Noooooossa!”, é uma homenagem de Álvaro ao humorista Costinha. Arte do Arthur Domingues

Os 50 personagens e cenários escolhidos foram distribuídos entre 50 designers e artistas – “São pessoas com estilos, traços e preferências diferentes, mas cujo esforço coletivo levou a um projeto que é bonito e organizado”, explica Bianchin em entrevista ao Portal Imprensa.

Nino e seus amigos também foram tema do projeto de conclusão de curso de Bianchin e seu colega André Cid, produzido em 2007. O livro Raios e Trovões! Almanaque do Castelo Rá-Tim-Bum nasceu a partir de mais de várias visitas à TV Cultura, 60 entrevistas com os envolvidos no programa, documentos e o levantamento de mais de mil imagens.

Parte dessa pesquisa complementa as belíssimas imagens encontradas na fanpage. Curiosidades, pequenas histórias dos bastidores e da origem de cada pedacinho do Castelo que encantou nossa infância.

Tap e Flap foram inspirados nos Blues Brothers. Já seus nomes vêm de dois movimentos básicos do sapateado: Tap é uma batida com a ponta do pé e Flap é uma batida com a ponta do pé seguida de outra com transferência do peso de uma perna para outra. Os bonecos eram animatronics e tinham vários movimentos ativados por controle remoto, como mexer a boca e erguer as sobrancelhas. Eram também os únicos que tinham dublês: as versões secundárias, feitas de E.V.A., não tinham mecanismos eletrônicos e foram feitas para as cenas de risco, como quedas e pancadas.  Arte do Rafael Moody: https://www.flickr.com/photos/moodyous e https://www.facebook.com/rafael.moody
Tap e Flap foram inspirados nos Blues Brothers. (…) Os bonecos eram animatronics e tinham vários movimentos ativados por controle remoto, como mexer a boca e erguer as sobrancelhas. Arte do Rafael Moody

O Castelo Rá-Tim-Bum foi um marco tão importante na televisão que, também para comemorar suas duas décadas de existência, o Museu da Imagem e do Som – MIS SP recebe uma megaexposição especial a partir de 16 de julho.

A mostra fica em cartaz no espaço até 12 de outubro e pode ser visitada de terça a sexta, das 12h às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h. O ingresso custa até R$ 10. (Entrada Catraca Livre às terças)

Em uma das partes, estão as peças do acervo, como objetos de cena, fotografias, figurinos das personagens e trechos do programa que até hoje são hit, como “Lavar as mãos”, música de Arnaldo Antunes. O visitante também confere depoimentos gravados pelos atores do elenco original especialmente para a exposição.

Noutra, o público vai passar por uma experiência lúdica: entrar em 10 ambientes do Castelo Rá-tim-bum totalmente recriados para a exposição, como o saguão, a biblioteca e muito mais. Além disso, também estão na exposição os bonecos do gato Pintado, do monstro Mau, da cobra Celeste e das botas Tap e Flap.

Para completar a programação, aos finais de semana, as atrizes Rosi Campos (Bruxa Morgana) e Angela Dip (Penélope) apresentam espetáculos teatrais e, para quem gosta de desenho, é oferecida a oficina “Stop Motion: Ratinho Castelo Rá-Tim-Bum”, que leva o participante a conhecer melhor a técnica da massinha para animação, entre 13 de agosto e 5 de setembro.

Catraca Livre

Confira algumas ilustrações do projeto 20 anos do Castelo Rá Tim Bum por vários artistas. Qual você gosta mais?

O quadro dos Curumins foi dirigido por Philippe Barcinski, que era estagiário na equipe do Castelo Rá-Tim-Bum e estreou no cinema em 2007 com Não Por Acaso. Como a intenção era que os atores fossem realmente descendentes de indígenas, o diretor levou a equipe de produção até Parelheiros, distrito da cidade de São Paulo onde ainda existem aldeias guaranis. Um dos atores, Jonatas Martim, foi indicação de um dos moradores, embora o garoto não morasse mais na aldeia. O outro, Luan Ferreira (que depois fez Chiquititas), foi escolhido por meio de testes feitos entre atores mirins com o biótipo necessário. As gravações dos seis episódios ocorreram na Serra da Cantareira, ao norte da capital paulista, ao longo de uma semana. Depois que o material foi editado, bastou colocar a narração da atriz Patrícia Gaspar (Caipora) por cima. Arte do Raul Souza: https://www.behance.net/raulsouza e https://www.facebook.com/rauissouzas
Como a intenção era que os atores fossem realmente descendentes de indígenas, o diretor levou a equipe de produção até Parelheiros, distrito da cidade de São Paulo onde ainda existem aldeias guaranis. (…) As gravações dos seis episódios ocorreram na Serra da Cantareira, ao norte da capital paulista, ao longo de uma semana. Arte do Raul Souza
O Dr. Victor do Castelo é declaradamente inspirado no cientista Victor Von Frankenstein, do livro de Mary Shelley. Já seu bigode era inspirado em Salvador Dalí e, assim como as costeletas e a barbicha, era falso e grudado no rosto de Sergio Mamberti com cola sintética, o que, segundo o ator, dificultava um pouco as coisas na hora do almoço. No episódio do aniversário do Dr. Victor, Mamberti não deu sorte. Na primeira vez em que tentaram gravar, ele dormiu dentro do bolo falso do qual deveria sair durante a cena. Na segunda vez, a parte de cima do bolo, que ele usava como um capacete, pegou fogo em plena gravação, enquanto ele usava o adereço. Arte do Rodrigo Rodrigues, http://behance.net/rrodriguezilustra
O Dr. Victor do Castelo é declaradamente inspirado no cientista Victor Von Frankenstein, do livro de Mary Shelley. No episódio do aniversário do Dr. Victor, o ator Sergio Mamberti não deu sorte. Na primeira vez em que tentaram gravar, ele dormiu dentro do bolo falso do qual deveria sair durante a cena. Na segunda vez, a parte de cima do bolo, que ele usava como um capacete, pegou fogo em plena gravação, enquanto ele usava o adereço. Arte do Rodrigo Rodrigues
Apesar do nome, o Gato Pintado não tinha pintas. O criador dos bonecos do Castelo, Jesus Seda, não fez as manchas e foi falar com o diretor Cao Hamburger, que disse: “pinta de qualquer cor, daí não vai ser um gato branco, vai ser um gato pintado". Dos bonecos de espuma, foi o primeiro a ficar pronto. Ele tinha lã real de carneiro aplicada em alguns detalhes como o topo da cabeça, o peito e o pescoço. Arte do Marcus Penna, o Japs, http://behance.net/marcuspenna e http://flickr.com/mpenna
Apesar do nome, o Gato Pintado não tinha pintas. O criador dos bonecos do Castelo, Jesus Seda, não fez as manchas e foi falar com o diretor Cao Hamburger, que disse: “pinta de qualquer cor, daí não vai ser um gato branco, vai ser um gato pintado”. Arte do Marcus Penna, o Japs.