Orgulho e Preconceito, Jane Austen
É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro em posse de boa fortuna deve estar necessitado de esposa.
Com essa frase, Jane Austen inicia um dos seus melhores e mais conhecidos romances, Orgulho e Preconceito. E, ao contrário do que se pensa, a autora não está endossando a visão de que todos os homens ricos deveriam se casar, em vez disso, ela zomba delicadamente a noção de que não pode haver verdades universais e a superficialidade de seus contemporâneos.
No livro, Elizabeth Bennet – carinhosamente chamada de Lizzie – é a segunda de cinco filhas e tem como sua maior confidente, Jane, sua irmã mais velha. Sua mãe tem como missão de vida casar a prole com homens ricos, assegurando o futuro da família. Por isso, quando dois jovens distintos, solteiros, bonitos e donos de uma boa fortuna chegam à Hertfordshire, a Sra. Bennet faz de tudo para que suas meninas sejam notadas – e possivelmente escolhidas. É nessas circunstâncias que Lizzie conhece Mr. Darcy, a seus olhos, um homem antipático e que se acha superior àqueles que o cercam.
Se o livro, que originalmente teria o título de Primeiras Impressões, tem uma mensagem permanente é a de que não podemos ficar na superfície das coisas, apreciando seu apelo imediato, mas devemos saber que sob o verniz, há sempre uma verdade mais complexa.
O que poderia ser uma típica história de amor é, nas mãos de uma das escritoras de língua inglesa mais difundidas pelo mundo, um espetáculo de grandes personagens e diálogos sagazes, com um timing perfeito para a ironia.
Jane Austen desafiou as convenções sociais ao criticá-las pelas entrelinhas, pontuando seus livros com toques de humor que só uma observadora perspicaz e uma brilhante escritora poderia unir. Suas histórias, passadas na Inglaterra da virada do século XVIII para o XIX, falam para os leitores de todas as épocas. Segundo o crítico Harold Bloom, os livros de Jane Austen passarão para a posteridade juntamente com os clássicos de William Shakespeare e de Charles Dickens.
L&PM Editores
Apesar de ter quase 200 anos de idade, o romance continua atual e já teve diversas adaptações.
A mais recente foi o filme de 2005, estrelado por Keira Knightley e Matthew Macfadyen. É uma boa versão, mas como acontece com adaptações literárias, algumas mudanças são necessárias – os cineastas mudaram várias cenas para locais mais românticos que os do livro, para ter um apelo visual. Por exemplo, no filme, Darcy pede Elizabeth em casamento pela primeira vez em um local ao ar livre, perto de um lago, com muita chuva. No livro, isso acontece em um presbitério.
A edição americana do filme inclui uma cena final (que não está presente no livro) que mostra os dois casados, se divertindo juntos em Pemberley. Esse final não foi bem aceito pelo público britânico e foi cortado da edição do Reino Unido e da internacional.
Em 1995 a rede de televisão britânica BBC, em parceria com Andrew Davies, adaptou a história para uma série de seis episódios, com Jennifer Ehle e Colin Firth (❤) nos papéis de Elizabeth Bennet e Mr. Darcy. Anos mais tarde, Colin Firth daria vida à um outro Mr Darcy em O Diário de Bridget Jones.
Essa versão é muito mais fiel à história – o que é possível quando se tem 6 em vez de 2 horas para contar um clássico. Produzida por Sue Birtwistle e dirigida por Simon Langton, a série está disponível no Youtube.
O livro também é um show à parte: tem tantas edições que dá vontade de colecionar todas as capas!
Jane Austen morreu aos 41 anos sem nunca ter se casado. Em vez de filhos, ela deixou um legado que beneficiou muitas e muitas gerações :)
Ah! E pra quem se interessar (e tiver libras pra gastar, meu amor), tem uma lojinha com várias coisas legais da Jane Austen: http://www.janeaustengiftshop.co.uk/
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