O lado bom da vida, Matthew Quick
– Ai que lindo, todo mundo pedindo O Lado Bom da Vida de amigo secreto!
– É por que do lado ruim já estamos cansados…
O livro foi sucesso no melhor amigo secreto de todos os tempos do ano passado, estava na lista de todo mundo.
Estou gostando de ler os livros depois dos filmes, tanto As Vantagens de Ser Invisível quanto esse foram gratas surpresas. As diferenças entre o livro e o filme são gritantes, mas eu consigo entender que é uma linda história que merecia ir para o cinema, mas não funcionaria na tela se fosse fielmente contada. A essência permanece a mesma, mas os personagens e a sequência dos fatos foram bastante alteradas.
Pat Peoples é um homem de 34 que passou os últimos anos de sua vida em uma instituição de psiquiátrica (ou lugar ruim), ele não se lembra quanto tempo ficou internado tampouco o motivo. Seu único objetivo nesse tempo foi se tornar um homem melhor para que sua esposa Nikki o aceite de volta e coloque um fim no “tempo separados”. Sua mãe o tira da clínica com o objetivo de manter o tratamento em casa e o reintegrá-lo à sociedade aos poucos.
O livro é narrado por Pat, ele anota suas memórias para que um dia possa mostrar à Nikki seu processo de melhora, às vezes se torna um pouco confuso e repetitivo, mas é uma forma de imersão na cabeça do personagem.
Estou praticando ser gentil ao invés de ter razão. – Pat
Todos os outros personagens são muito bem construídos, a mãe Jeanie é uma simpatia, faz tudo pelo filho e o defende à exaustão em todos os momentos, Dr. Cliff seu terapeuta rende muitos diálogos interessantes, torcedor do mesmo time de Pat o trata com muito carinho. Todos apoiam sua melhora, até mesmo Verônica (esposa do melhor amigo) e Jake (irmão mais novo), que são bem irritantes no filme. Talvez vê-los através dos olhos bondosos de Pat ajude.
Quem não tem salvação é seu pai, Robert De Niro fez um Patrick completamente diferente, no livro ele não tem nada de carismático, um homem turrão, com o humor regido pelos resultados dos jogos do seu time e que não dá apoio ao filho em nenhum momento.
Tiffany, personagem que rendeu o Oscar a Jennifer Lawrence não tem um terço do destaque que tem no filme onde ela é a segunda protagonista, ela é essencial, mas Pat demora a perceber isso.
É um livro sobre pessoas com problemas psiquiátricos (e quem é normal?), sobre como a vida real é dura, às vezes cruel, mas se você olhar pelo lado certo e se esforçar vai entender que tudo tem seu lado bom.
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