Encha um copo de água e adicione uma colher de açúcar: gostosinho e fácil de tomar, assim é o enredo criado por Erin Morgenstern em O Circo da Noite – ou isso ou eu criei expectativas muito grandes.
O tabuleiro escolhido para este desafio é um circo – Le Cirque des Rêves, O Circo dos Sonhos ou, no caso da tradução brasileira, O Circo da Noite. Um lugar encantadoramente mágico, onde cada movimento dos jogadores se revela em uma nova tenda que oferece experiências sensoriais aos visitantes. Jardim de Gelo, Poço de Lágrimas, A Árvore dos Desejos, O Carrossel… uma atração surge em resposta a outra e juntas vão construindo algo diferente de tudo que você possa imaginar.
São anos até que os dois competidores se conheçam e inevitavelmente se apaixonem – sem surpresas até aqui, mais uma história de amor impossível. Como não deixar que o desafio interfira nessa paixão? Quem determina o vencedor? Como o jogo acabará? São perguntas que nos fazem esperar por um pouco de ação, mas que nos levam a um desenrolar morno e previsível.
Mas eu tenho que reconhecer que Erin Morgenstern tem uma imaginação adorável. Embora a história não ofereça grandes emoções, os cenários e personagens são absolutamente cativantes. Cada página te leva pela mão para um passeio entre as tendas monocromáticas do circo, onde você sentirá o aroma caramelado e escutará o crepitar da grande fogueira, enquanto se fascina com todas as atrações.
Em 2011 a Summit Entertainment, produtora da saga Crepúsculo, comprou os direitos de adaptar a obra, hoje publicada em 30 países, mas não há notícias de que isso se tornará realidade. Uma pena, pois algumas adaptações no roteiro fariam dele um bom filme, sem contar que a riqueza de detalhes de Erin são um prato cheio para a telona.
Enquanto isso não acontece, podemos aproveitar a playlist criada pela autora e inspirada no livro: