Quando terminei de ler A Sombra do Vento, do espanhol Carlos Ruiz Zafón, fiquei encantada com a narrativa e a história engenhosa construída pelo autor. Querendo mais, comprei Marina.
Para Zafón, Marina é “possivelmente o mais indefinível e difícil de categorizar de todos os romances que escrevi, e talvez o mais pessoal de todos eles”. E ele tem toda a razão. O livro foi de encontro a tudo que eu esperava. É completamente diferente do que eu imaginava e, como o próprio autor disse, difícil de categorizar.
“As vezes as coisas mais reais só acontecem na imaginação, Óscar – disse ela – A gente só se lembra do que nunca aconteceu.”
Marina (1999) segue uma fórmula de sucesso, replicada em A Sombrado Vento (2001): duas histórias que se cruzam e são descobertas através dos olhos de um dos personagens que, neste caso, é Óscar Drai, um rapaz de 15 anos que estuda em um internato.
Em seu tempo livre, Óscar explora as ruas de Barcelona e é durante um de seus passeios que ele conhece a encantadora menina que dá nome ao livro. Ao lado de Marina, Óscar embarca em uma aventura um tanto quanto improvável e cheia de mistérios.
Com apenas 198 páginas, o livro tem uma narrativa leve que, embora tenha elementos literários dignos de atenção, esbarra em pequenos clichês. Além disso, a história que se estende por diversos capítulos tem seu desfecho revelado em 5 páginas ou menos.
Por fim, a pergunta que surge na cabeça de muitos leitores: a história aconteceu de verdade? Não entrarei em detalhes para não estragar a surpresa. Mas fica o convite para quem já leu compartilhar o que achou.
“Às vezes duvido de minha memória e me pergunto se serei capaz de recordar o que nunca aconteceu. Marina, você levou todas as respostas consigo.” – Óscar Drai