Feérica, Carolina Munhóz
Como prometido, terminei de ler Feérica e fui logo fazer a resenha para os leitores da Amora Literária.
A primeira impressão que tive do livro foi que seria mais teen que outras obras da autora e, preciso dizer, fiquei com medo de que fosse algo um tanto patricinha demais, por ser um reality show e uma fada em busca de fama.
Entendia completamente que a escritora estava buscando expandir seu público e atingir pessoas que não se interessavam por fantasia, mas que também poderiam se identificar com suas histórias. Contudo, fiquei com receio de me decepcionar com a história.
Felizmente eu estava enganada. Sim, o livro é sobre uma fada em busca da fama, mas também é muito mais que isso. Violet, a personagem principal, é antes de tudo uma criatura recriminada da sua dimensão, ela busca o carinho da família, o reconhecimento e também o amor. Simples assim. Como qualquer garota normal, ela tem seus desejos e suas crises, o que acaba fazendo com que o público se identifique – pelo menos em alguns aspectos – com ela.
Em Feérica, somos apresentados a uma descrição muito engraçada sobre o mundo das fadas, com transportes públicos que parecem animais gigantes, gírias criativas e divertidas, e roupas de tecidos inimagináveis.
Além disso, de primeira vista a capa me pareceu um pouco juvenil demais, toda cheia de roxo e mais roxo, mas não é que quando a peguei em mãos acabei me deixando conquistar? O que mais encantou foi que, dependendo do ângulo de visão, você consegue ver a asa da fada com muita clareza ou quase imperceptível. Eu sei, parece meio bobo, mas o efeito ficou muito legal.
Mas enfim, deixando a capa de lado e voltando para a história. Violet, decepcionada com sua dimensão e com o preconceito que vive, decide ir para o mundo humano e se revelar por lá, onde percebe que na verdade as duas espécies não são tão diferentes assim.
Enquanto uma tem sua magia, a outra ultrapassa muitas dificuldades com as tecnologias avançadas e tanto uma como outra se deixam levar pelos mesmos erros. O preconceito existe nas duas dimensões, bem como a bondade, ambas tem o lado bom e ruim e estão longe da perfeição.
– Fadas seriam realmente uma raça superior à nossa?
– Não pensem nisso como algo superior ou inferior, como se só existissem dois pólos. Pensem como níveis de evolução. Estamos em algum lugar em meio a esses níveis.
Podemos acompanhar a mudança de personalidade da fada enquanto ela se deslumbra com a fama e o consumo humano, ao mesmo tempo em que reconhece a falsidade do mundo das celebridades.
Para finalizar, Violet percebe que as decepções também estão presentes com os humanos e depois de passar por alguns problemas, entra em contato com sua dimensão em uma conversa que deixa espaço para muita coisa acontecer numa possível continuação da história.
E o show estava prestes a continuar.
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