A parte divertida de ler novos autores é se surpreender com novos olhares e continuar aprendendo que não dá pra julgar um livro somente pela capa sinopse. Quando escolhi Cem Verões na lista de parceria da Rocco fiquei esperando um daqueles romances cheios de intrigas e complicações, onde os amores se misturassem com os negócios.
Enquanto Lily é a imagem da mocinha perfeita, sua melhor amiga Budgie Byrne é extrovertida e espontânea, daquelas garotas indomáveis que viram a cabeça dos rapazes. Budgie namora Graham, um charmoso jogador de futebol, e por meio dele as garotas acabam conhecendo o respeitável Nick, por quem Lily se apaixona imediata e perdidamente.
Muitas reviravoltas e sete anos depois Budgie está casada com Nick enquanto Lily se devota a cuidar da irmã caçula. E a grande questão, pelo menos pra mim, foi descobrir que raios aconteceu com aquele romance tão lindo e promissor. O que claro, Lily revela torturantemente devagar.
Não sou íntima do trabalho da autora, mas acho que ela acabou metendo os pés pelas mãos em certa altura, então não deposite todas as suas expectativas literárias nele. O título é dedicado às vítimas do grande furacão que houve na Nova Inglaterra em 1938, e o evento faz parte da história, só que minha opinião ele chega tarde. Muitas páginas de diálogos melosos entre os mocinhos perfeitos e intocáveis poderiam ter sido economizadas para dar licença a acontecimentos mais enriquecedores.
Vou cair no clichê de dizer que este é um excelente livro para se ler no verão, debaixo de um guarda-sol, olhando o mar e com um boa bebida em mãos.
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Autor: Beatriz Williams
Tradução: Léa Viveiros
Editora: Rocco
Selo: Fábrica231
Lançamento: 2015
Páginas: 382
Cortesia da Editora