Richard Bach me encantou com Fernão Capelo Gaivota, e anos depois com Um, infelizmente não tive a mesma sorte dessa vez.
Para ter certeza de que aquela seria sua amada, chegou a montar uma lista com todos os requisitos que a mulher teria que preencher, um absurdo de exigência, e me fez considerá-lo o personagem mais chato e de todos os tempos, até eu me lembrar que não se tratava de um personagem fictício, e acho que foi aí que torci o nariz pro resto do livro.
Richard é piloto e aficionado por aviões, o livro é cheio de metáforas e descrições aeronáuticas, assim como os outros que eu li, mas nessa história acabou se tornando um pouco desnecessário e cansativo.
Quando o personagem finalmente se apaixona por Leslie Parrish, está tão cego por sua lista de requisitos e o modelo de vida que criou, que não consegue enxergar que bem na sua frente está uma mulher maravilhosa que preenche os vazios de sua vida de uma forma que ele não poderia imaginar.
As partes mais legais deste livro (minha opinião) são os problemas financeiros, Richard contratou pessoas de confiança, porém não muito competentes para cuidar de sua fortuna, recém adquirida pelo sucesso inesperado de seus livros, teve problemas com a receita federal, e Leslie tenta com unhas e dentes resolver os problemas de seu amado. Essa é a parte emocionante, onde você realmente pensa “O que vai acontecer agora?”.
Um trecho curto, mas que não posso deixar de fora, por ter sido uma das poucas coisas que me chamaram atenção é quando Richard presenteia Leslie com seu primeiro Apple(no fim dos anos 70). E como estavam morando num trailer, ela pensa que é um desperdício de dinheiro, espaço e eletricidade, mas depois de algumas horas sentada em frente a tela “Isso é tão organizado! Vai mudar a nossa vida!”, mal sabia que o “nossa” compreendia bilhões de pessoas pelo mundo.
Apesar de não estar na minha lista de favoritos, a mensagem é bonita e positiva. Existe amor pra todas as pessoas, basta ficar atendo e aberto ao mundo que te cerca.