Quando surgiu a ideia de falar sobre nossas escritoras favoritas em comemoração ao dia Internacional da Mulher, aconteceu uma rápida comoção, não conseguimos nomeá-las imediatamente, tiramos J. K. Rowling da “parada” para não haver brigas na seleção e conversando sobre o tema percebemos que não temos muitas escritoras na estante, e para um site escrito por quatro mulheres fanáticas por literatura essa informação foi meio chocante.
Já li muitos livros de mulheres, mas não consigo lembrar de um livro favorito que entre nessa classificação, não daqueles que a gente salva em caso de incêndio. Olho minha estante agora e a verdade é cruel, a quantidade de autores masculinos é esmagadora.
Isso me assusta, sempre pensei na leitura como uma ato democrático, não preciso saber sexo, raça, religião, ou se o autor é bonito pra me apaixonar pelo livro. Mas será que existe um preconceito mesmo que inconsciente na hora de escolher um livro de autor desconhecido por exemplo?
Essa é uma reflexão que vou levar pra vida, prestar mais atenção nas autoras que como a gente, tanto lutam para se manter no mercado.
Atualmente estou lendo A Invenção das Asas, da americana Sue Monk Kidd, é o segundo livro de sua autoria que passa pelas minhas mãos, o primeiro foi A Vida Secreta das Abelhas, então resolvi homenageá-la nessa data.
Apesar do desejo de se tornar escritora, Sue teve dúvidas quanto ao futuro e optou por seguir a carreira de enfermeira. Durante o período dedicado como instrutora de enfermagem, conheceu o marido Sanford “Sandy” Kidd, e juntos eles tiveram dois filhos, Bob e Ann.
No seu trigésimo aniversário, a então enfermeira decidiu voltar ao seu desejo inicial e finalmente escrever ficção, se matriculou em um curso de redação em uma faculdade local e pôs-se a trabalhar.
Seus dois primeiros livros publicados foram God’s Joyful Surprise (1988) e When the Heart Waits (1990), falando sobre sua transformação espiritual, não encontrei edições brasileiras.
O primeiro e mais famoso romance de Sue veio em 1997, A Vida Secreta das Abelhas ficou por mais de cem semanas na lista de mais vendidos do New York Times, ganhou uma fiel adaptação no cinema, e levou muitos às lágrimas (eu também!).
A Sereia e o Monge (2005), seu segundo romance, ganhou o Prêmio Quill de Ficção Geral, mas não fez tanto barulho por aqui, acredito que também mereça nossa atenção. Conta a história de Jessie Sullivan, uma mulher casada em seus quarenta e poucos anos que se apaixona por um monge e encontra-se dividida entre o marido e sua alma gêmea.
E agora, seu mais recente livro A Invenção das Asas está no Clube do Livro da Oprah, e já é sensação só por esse motivo. Estou lendo e adorando, em breve vocês poderão conferir a resenha aqui.
Recomendo fortemente Sue Monk Kidd, este exemplo de mulher que seguiu seu sonho, mesmo que tarde e conseguiu alcançar imenso sucesso.