* por M. Deméter
Dando continuidade aos posts comemorativos da Semana do Escritor, não poderíamos deixar de lado o já tão citado no Amora: Carlos Ruiz Zafón.
Enquanto os outros se lembram de nós, continuamos vivos.
A Sombra do Vento
Nascido em Barcelona (Espanha), 1964, Zafón começou sua carreira em 1993 com O Príncipe da Névoa, o qual faz parte da trilogia da Névoa que só agora em 2013 – antes tarde do que nunca – está sendo lançada no Brasil.
O primeiro livro vendeu mais de 150 mil exemplares e foi traduzido para vários idiomas, além de render ao autor o prêmio Ebedé de literatura. Dando continuidade à trilogia, o escritor publicou os outros dois volumes O Palácio da Meia-Noite e As Luzes de Setembro e logo em seguida lançou Marina.
Com sucesso crescente tanto em seu país como no resto do mundo, Zafón foi se consagrando a cada livro, levando sempre ao leitor histórias repletas de mistério e suspense para todas as idades.
Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma.
Marina
Com seu nome cada vez mais reconhecido, o escritor atingiu seu ápice com o lançamento de A Sombra do Vento, em 2001, obra que o transformou em um fenômeno literário internacional, foi premiada em diversos países e ainda apresentou aos leitores o maravilhoso cenário do Cemitério dos Livros Esquecidos.
As duas últimas publicações foram O Jogo do Anjo e O Prisioneiro do Céu, nas quais Zafón retoma a história de alguns personagens de A Sombra do Vento e acaba interligando seus caminhos com uma maestria que ouso dizer, só ele é capaz.
Cresci no meio de livros, fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó cujo cheiro ainda conservo nas mãos.
A Sombra do Vento
Tendo lido quase todos os livros do autor, posso testificar seu talento e recomendar seus livros sem sombra de dúvida. Para dar um toque ainda mais mágico nessa história, preciso compartilhar os mistérios da minha vida que se entrelaçam com suas histórias.
Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita algumas moedas ou um elogio em troca de uma história.
O Jogo do Anjo
Comecei lendo O Jogo do Anjo, que peguei emprestado da minha tia e não tenho em mãos. O mesmo se repetiu com o segundo – e também meu preferido –, A Sombra do Vento.
Até ai, sem problemas, livros emprestados, lidos e devolvidos. Contudo, continuei com a leitura de Marina, que emprestei para minha mãe e sabe-se lá porque ela levou ao trabalho e nunca se lembra de trazê-lo de volta para minha segura e protegida estante.
Para piorar a situação, o quarto e último livro que li de Zafón foi O Prisioneiro do Céu é a única obra que conseguiu – apesar dos meus cuidados – ficar completamente encharcada numa noite chuvosa, por culpa de uma infiltração sem explicação dentro do meu quarto (mentira, tem explicação, surgiu uma telha quebrada no telhado, que por coincidência era bem em cima do meu quarto e exatamente na posição onde o livro estava: em cima da mesa).
No momento em que paramos a pensar se gostamos de alguém, já deixamos de gostar dessa pessoa para sempre.
A Sombra do Vento
Talvez seja por essa razão que Zafón seja tão querido para mim. Ainda assim, recomendo-o para todos que quiserem uma leitura eletrizante, impossível de largar e até com alguns sustos ao decorrer do livro.
* M. Deméter é nossa colaboradora.