por Thales Gazzola*
Seria muita pretensão dizer que essas revoltas e explosões de meu interior são frutos da sua causa. Logo agora que tu me destes a certeza da qual eu precisava. Eu nunca precisei de pena, nem nunca pedi para que quebrassem meu coração, porém frente a você eu não esperava nada além de sinceridade e gratidão. Talvez gratidão fosse exagero, desculpe por isso, logo agora que pensei em transformar em cacos a sua fortaleza, me contradigo. Eu não me importo, no fundo você sabe disso.
As vezes que fugiu, as vezes que trancou a porta. Cada momento serviu de alerta, eu idiota insisti em buscar aquilo que estava diante de meus olhos. Caí ajoelhado frente a verdade muito antes que você a dissesse, te pedi para que me lançasse a certeza, para que sentisse de seu próprio tom de voz e talvez ganhasse ódio do momento.
Ganhei, aqui estou para dizer que não espero que se sinta culpada. Estou aqui para dizer que experimente o que a vida tem a lhe oferecer. Se você morrer jovem, ao menos não carregarei a culpa de ter ocupado os poucos anos de sua vida. Ora essa, esse é mais um daqueles pensamentos que te surpreendem pela igualdade dos presentes em sua morada solitária. Você mesma.
Chega disso, continuemos nossas vidas, encontrarei alguém entre as gôndolas do supermercado que me fará te esquecer. Ou não, ninguém merece carregar o mesmo peso o qual me fez pender até cair, mesmo que cair faça parte de viver.
– A mesma confusão de sempre.
* Thales é um leitor assíduo que aprendeu a gostar da magia das palavras com Maurício de Sousa e a Turma da Mônica. Porém, como a mente é hiperativa, escrever se tornou uma extensão de tudo o que os olhos absorviam e uma maneira de expôr os mais variados sentimentos. Além disso, as linhas escritas são uma forma de demonstrar como a mente filtra as cenas observadas nas janelas ao longo da vida. Seus artistas preferidos são Kubrick, Martin, Machado de Assis, Umberto Eco e Mario Quintana.
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