Daniel Radcliffe tem sido um dos meus famosos favoritos, além de engraçado e talentoso, o ator tem sempre uma resposta inteligente na ponta da língua paras as perguntas inconvenientes da imprensa. Depois de acompanhar a evolução de sua carreira e seu descolamento do convencional, foi com certa decepção que observei os créditos de Será que? rolarem.
No longa canadense conhecemos Wallace (Radcliffe), um fofo inglês que mora com a irmã e o sobrinho, acabou de largar a faculdade de medicina e tem um emprego chatíssimo fazendo manuais para equipamentos eletrônicos. Após quase um ano de dor de cotovelo o rapaz decide sair para se divertir e dá de cara com Chantry, a garota perfeita.
Blá blá blá… eles são perfeitos um para o outro… blá blá blá… ela tem namorado… blá blá blá… let’s just be friends… blá blá blá… mas ele está perdidamente apaixonado como faz?
É uma comédia romântica hipster, tem todos os elementos da comédia romântica tradicional só que muito mais descolada. Os diálogos rápidos, cheios de sacadas nerds, daqueles que a gente adora acompanhar, mas que seriam impossíveis de reproduzir na vida real, afinal quase ninguém tem as mesmas referências.
A acessível e ao mesmo tempo inalcançável Chantry trabalha como animadora e suas ilustrações aparecem na tela como um reflexo dos sentimentos das personagens. Sua intérprete, Zoe Kazan aponta como uma das promessas do cinema alternativo.
Há momentos hilários na trama, ri muito alto na cena em que Wallace conhece o namorado de Chantry, e o humor meio escroto de Adam Driver (o asqueroso Adam de Girls) cai perfeitamente bem entre toda awkward situation desse romance.
O longa poderia estar na lista dos filmes para a geração perdida dos 20 e poucos anos, apesar de ser um clássico boy meets girl é também sobre descobrir o que você realmente quer da vida e até que ponto o outro tem poder sobre isso.
É um bom filme, que não consigo encontrar defeitos para listar, mas parece que falta algo.