Fazia muito tempo que não via um filme com Keanu Reeves, a culpa não é dele, que fique bem claro, e sim do meu total desprezo por qualquer personagem que não fosse o Neo, minha paixão juvenil (rima não intencional, juro). Ok, eu também gosto de A Casa do Lago, romance lindeza para todas as horas, mas de lá pra cá nenhum de seus filmes me chamou atenção.
Comecei a assistir 47 Ronins sem nenhuma expectativa, afinal o trailer é essa coisa muito louca que tinha tudo pra dar errado, mas acabei gostando bastante.
O filme se baseia em uma história do Japão do século 18, onde um grupo de 47 ronins vinga a morte de seu mestre. Ronin é o nome dado ao samurai que perdeu o seu mestre, e portanto a sua honra.
A Reeves cabe o papel de Kai, um mestiço de passado misterioso, até então rejeitado pelo clã. Como se não bastasse, ele ainda tem o agravante de ser apaixonado pela princesa Mika (Ko Shibasaki). Ouvi muitas críticas quanto à química do casal, mas eu não notei nenhum problema, é coerente com as tradições e a distância imposta aos dois, fica difícil ter química com uma paixão quase platônica.
Apesar de já ter rendido outros dois filmes A Vingança dos 47 Ronins (1941) e Os Vingadores (1962), dessa vez a lenda foi incrementada com uma dose de sobrenatural. O vilão Lord Kira tem ao seu lado uma feiticeira, capaz de conjurar os mais temíveis monstros e manipular os pensamentos de qualquer um.
A ambientação é linda e os efeitos especiais perfeitos. As lutas são curtas, mas concisas, acho cenas de ação muito longas cansativas.
A mensagem principal sobre a honra samurai é passada, apesar de toda a alegoria. E diverte, acabou sendo bem melhor do que esperava, e de lambuja matei a saudade do Reeves!
Minha única implicância com filmes americanos que se passam em outros países é a língua, eu não consigo aceitar uma história sobre samurais que falam inglês. Eu sei que isso se dá pela recusa do público estadunidense, mas eu gostaria de ter a experiência completa.
O filme ganhou um prelúdio animado, que você pode assistir agora: