O mundo inexplorado dos livros digitais
No mundo, a venda de e-books (livros digitais) deverá movimentar 23 bilhões de dólares em quatro anos. Ainda assim, de cada dez livros vendidos em 2017, apenas dois serão eletrônicos, segundo as previsões mais respeitadas. (Revista Exame – 07/2013)
Hoje, nos Estados Unidos, a fatia dos e-books na receita do setor é de 22% — no Brasil, é de 1,6%. “O livro digital será parte do negócio, não todo ele”, diz Sergio Herz, dono da Livraria Cultura, na qual os e-books representam 3,7% das vendas. É provável que não tenhamos de explicar a nossos netos o que são livros de papel — nem o prazer que temos ao lê-los.
O porquê disso, você me pergunta?
Porque os e-books transferem a história para uma plataforma diferente, compacta e mais prática – ótima escolha para quando se quer economizar espaço na mochila -, mas para por aí. Dos zilhões de livros publicados anualmente, podemos destacar poucos projetos inovadores.
Entre eles está o The Echo Project, criado pela Penguin Books Canada e a agência Dare Toronto para marcar o lançamento do novo livro de Khaled Hosseini, O Silêncio das Montanhas.
O site oferece ao leitor uma experiência multissensorial e informativa, por meio de jogos, motion graphics, vídeos, ilustrações, áudio e imagens. O conteúdo multimídia complementa o romance com fatos históricos, cultura e geografia do livro, que tem como foco o Afeganistão.
O projeto teve contribuições do autor e também de uma equipe de editores, autores, pintores, diretores e ilustradores, além de convidar os leitores para participarem e enviarem suas inspirações.
Em busca de Wondla também é outro que vai além do papel: no livro impresso estão as chaves para acessar o recurso de realidade aumentada WondLa-Vision e explorar um mapa interativo em 3-D, onde é possível percorrer o mesmo caminho e ouvir os mesmos sons que Eva Nove experimenta em sua aventura.
Para o lançamento de Grau 26, de Anthony E.Zuiker, foi criado um site com o jogo do assassino, onde o usuário pode desvendar enigmas criados para cada vídeo. Assim como em CSI, você precisará observar bem a cena e encontrar uma palavra que dará acesso a outro enigma para continuar jogando.
Embora a ideia de um projeto à parte seja interessante, pois quem leu a versão impressa também pode acessar, esse seria um diferencial para a versão digital do livro.
Mas e a imaginação?
Ela continua, livre como um pássaro. Mas a ideia de ler A Culpa é das Estrelas e ter fácil acesso à fotos de Amsterdã, depoimentos de jovens com câncer ou pequenos trechos de música para acompanhar um capítulo parece interessante. Pense ainda em ler Harry Potter e, ao trocar de página/tela, encontrar a reprodução do Mapa do Maroto e poder ver os bruxos mais queridos do mundo andando pelos corredores de Hogwarts.
Se essa é uma iniciativa que precisa partir dos escritores ou das editoras, eu sinceramente não sei dizer, mas as possibilidades são infinitas e eu, amante do papel e capa dura, certamente ficaria tentada a adquirir a versão digital das minhas leituras.
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