Feira de Frankfurt
Esse é um assunto que vem sendo muito comentado pelo meio literário e na nossa fanpage também já colocamos algumas notícias sobre o assunto. Mas, para quem ainda não sabe a Feira de Frankfurt, que começa amanhã (09 de outubro) e termina no dia 13 deste mês, é o maior evento editorial do mundo e esse ano está homenageando o Brasil.
Nosso país já foi convidado para apresentar sua literatura na feira em 1944, mas esse ano o diretor da Feira de Frankfurt, Jürgen Boss, comentou que o objetivo é “mostrar em Frankfurt como é a produção cultural no Brasil hoje, o que acontece não só na literatura, mas também no cinema, no teatro, na música” e ainda destacou que o maior benefício para os países homenageados geralmente é o grande aumento das traduções das obras nacionais.
Acontece que é exatamente essa amostra do que o Brasil produz hoje que causou certa polêmica sobre a feira, ou melhor, sobre os convidados a participar dela.
A lista de participantes recebeu crítica pela baixa representatividade racial, contando apenas com o negro Paulo Lins e o índio Daniel Munduruku. Além disso, também foi alvo de represálias pela falta de escritores da nova geração literária brasileira, autores como Raphael Draccon, Carolina Munhóz, Thalita Rebouças, André Vianco e Eduardo Spohr não foram selecionados.
Até mesmo Paulo Coelho anunciou no último fim de semana que não participaria do evento, sua explicação foi justamente a falta de autores da nova geração e também a presença de nomes desconhecidos, ele publicou em seu blog que duvida que todos sejam escritores profissionais, “dos 70 escritores convidados, eu conheço apenas 20, então os outros 50 nunca ouvi falar. Presumo que sejam amigos de amigos de amigos. Nepotismo. O que me incomoda mais: EXISTE uma nova e excitante cena literária brasileira. Mas a maioria desses jovens autores não está nessa lista”.
Paulo Coelho que me perdoe, mas mesmo concordando com ele que ao menos alguns nomes recentes poderiam estar presentes, não significa que os vários que nunca ouviu falar não sejam profissionais, não é porque alguém é escritor que necessariamente conhece todos os colegas de profissão.
A resposta dada pelos organizadores do evento para todas as críticas foi que a lista privilegiou aqueles que já são traduzidos no exterior e tem consistência na cena literária brasileira.
O argumento utilizado pelos organizadores para mim não é desculpa, visto que Draccon já está conquistando seus fãs no exterior. Pelo objetivo ser justamente mostrar o que está sendo produzido de novo e aumentar o volume de traduções, acredito que levar os novos talentos do Brasil resultaria em mais divulgação no mercado internacional para quem precisa e também influenciaria os escritores que ainda estão buscando ter suas obras publicadas.
Outro ponto interessante é que, apesar das críticas quanto a pouca diversidade racial, ao menos a lista conta com profissionais muito bem espalhados geograficamente. Ainda que a maioria esteja concentrada nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, também estão presentes no Rio Grande do Sul, Pará, Paraná, Mato Grosso, Ceará, Sergipe, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Bahia, Maranhão, Pernambuco e Distrito Federal.
Para mais informações, acompanhe as publicações na fanpage da Amora Literária, estaremos compartilhando as notícias sobre a feira durante o evento.
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