Will & Will | John Green e David Levithan

Desconfiadíssima comecei a ler este livro, depois de chorar litros com Quem é Você, Alaska? e A Culpa é das Estrelas, e ser levemente decepcionada por Todo Dia, não fazia ideia do que esperar da parceria entre John Green e David Levithan.

Amplamente divulgado no Brasil como um romance homossexual, o livro teve sucesso garantido, além de arrebatar os previamente fãs dos autores. Conta a história de dois adolescentes chamados Will Grayson, que acabam se conhecendo em uma noite e local inusitados.

will&will-amora-literariaCada capítulo alternado é dominado por um Will, podemos diferenciar cada um pelo estilo da narração, os dois são em primeira pessoa, mas fica bem claro que cada um é uma pessoa. Se mesmo assim confundir, o estilo de fonte e diagramação também é diferente.

Will Grayson é um garoto comum, tem uma vida estável e nada espetacular, seus dois pais são médicos e ele leva a vida com o futuro garantido da forma menos complicada possível. Suas regras são: calar a boca e não se importar. E claro, tudo que não sai conforme planejado é por culpa da sua incapacidade de segui-las. Seu melhor amigo é o fabuloso Tiny Cooper um jogador de baseball grandalhão tão gay quanto suas dimensões físicas.
Tiny está montando um musical escolar sobre sua vida, enquanto atormenta a vida de Will tentando juntá-lo a adorável Jane.

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will grayson é um pouco menos comum, tem um histórico depressivo e um longo tratamento para deixar a escuridão dos seus dias um pouco mais suportável. mora com a mãe e tem dedos de sobra em uma mão pra contar seu número de amigos.
com dificuldades para assumir sua homossexualidade, will encontra apoio em isaac, um garoto por quem se apaixonou através da internet.

Tive dificuldade em me envolver na trama até o tão esperado encontro dos Wills, depois disso foi puro amor, a história deslanchou e pude sentir que os conhecia de verdade. Acredito que existam grandes chances de vermos Will & Will nos cinemas, o final é especialmente similar aos clássicos de High School que tanto amamos.

Não consegui descobrir se os autores se dividiram por personagem ou por etapa, as partes se encaixam perfeitamente, e apesar de alguns flashbacks de outros livros, não é possível ter certeza se estamos lendo Green ou Levithan.

Com críticas disfarçadas de piadas, os autores levantam questões que assombram a adolescência. E apesar de vendido assim, este não é um romance homossexual, é um romance com homossexuais, e é principalmente sobre amor.