Quando eu vi o anúncio de Vacaciones pela primeira vez, não tinha ideia do que se tratava, mas como não resisto a uma promoção, ainda mais quando o livro está na categoria ‘Notáveis’, corri pra conferir.
mocinha meio doida louca varrida, a Polly, que aprontou todas, comeu o pão que o diabo amassou e para alegria geral da nação ela registrou tudo em vários blogs pessoais (foram cerca de 8). Apesar de alguns deletados, uns alunos abençoados do curso de Produção Editorial da UFRJ resolveu transformar tudo em livro.
Ler Vacaciones foi como sentar num bar com a Polly e ouvi-la contar os causos da sua vida, que diga-se de passagem, são caprichados e muito engraçados. Na verdade, engraçado é pouco, Polly nos conta as coisas mais obscuras da vida dela de um jeito cômico e hilário que só ela mesma consegue.
“Passei as últimas noites no escuro porque a lâmpada do meu quarto queimou e eu esqueci de comprar uma nova, mas mesmo se lembrasse não teria dinheiro. Daí eu peguei a lâmpada queimada, guardei na bolsa e fui no boteco aqui do lado. Pedi para usar o banheiro, tranquei a porta, subi na privada e troquei a minha lâmpada pela do bar. Guardei a lâmpada boa, puxei a descarga para não dar bandeira, saí, agradeci o dono e avisei que a lâmpada do banheiro deve estar queimada porque fiz xixi no escuro. Ele agradeceu o aviso e eu voltei para meu quarto, agora iluminado. Fim.”
A autora passou por poucas e boas muitas e terríveis situações na vida, que se fosse qualquer um com menos jogo de cintura estaria largado na praça, mas não, depois de ser vendedora de plano funerário e carnê do baú, hoje ela está é toda faceira viajando pelo mundo e vivendo dos seus divertidíssimos blogs.
Não esperem reflexões filosóficas ou coisas do tipo, Vacaciones é um livro delicioso para passar o tempo e dar muitas risadas. Alegria instantânea pra levar na bolsa!
AL: Você é de verdade?
Polly: Vdd vddr
AL: Houve uma seleção dos posts dos blogs, ou tudo foi inserido no livro? Se houve seleção, você ajudou?
Polly: Rolou uma seleção sim. Parte para não ficar muito longo, parte para coisas que eram muito datadas e parte para coisas que me constrangiam muito. Eu só ajudei vetando as coisas que me constrangiam.
AL: Sabemos que você não vende mais carnê do baú, qual sua profissão atual? Como foi essa transição? Se a resposta da primeira pergunta for blogueira profissional, dá uma dica pra gente de como viver de blog.
Polly: Vivo dos blogs e dos livros. Dicas: não tenho. Posso apenas cantarolar grupo Revelação “Deixa acontecer na-tu-ral-men-te, deixa que o dinheiro encontre a gente”.
AL: Eu comprei o livro pela Amazon, mas no Ratito Mamita há a opção de download. Ele está disponível for free?
Polly: Ele ficou disponível por um bom tempo de graça, mas daí mudei umas coisas (cortei mais coisas que me constrangiam), acrescentei umas partes novas e botei na Amazon.
AL: Você imaginava que de vendedora de planos funerários e carnê do baú você iria passar para escritora?
Polly: Não imaginava nem que iria passar para ser humano. Só o fato de não ter morrido já é uma grata surpresa.
AL: Conta pra gente, a importância que os seus desabafos no blog tiveram na sua vida.
Polly: Pode soar cafoninha, mas foram fundamentais. Era a única coisa que me mantinha sã, provavelmente teria enlouquecido e estaria morando na rua até hoje comendo comida do lixo se não fosse pelo meu blog.
Para quem quer mais, visitem os blogs da Polly: Ratito Mamita | Te dou um dado | Lugar de mulher