O oceano no fim do caminho, Neil Gaiman

me: O oceano no fim do caminho é tão legal!!!
Amanda: Denise, vou te mandar pra reabilitação!
me: :( PORQUEEEEE???
Amanda: Oi, meu nome é Denise e… eu não consigo parar de ler Neil Gaiman

Isso só por que terminei Fortunately, The Milk e já emendei outro título do autor, e tinha surtos de empolgação diários via GTalk. Só não postei as duas resenhas seguidas para não ficar muito monotemático.

Gaiman é como vinho, só não posso afirmar que O oceano no fim do caminho é seu melhor livro por que ainda não li todos. Tenho uma reclamação constante de um dos meus autores favoritos, em outros livros senti que ele se cansou e acabou apressando o final, dessa vez o problema foi superado, a história flui bem e ritmada da primeira à ultima página. Me emocionei até nos agradecimentos, pode isso minha gente?

Oceano-no-fim-do-caminho-capaPara compor a trama Neil pega emprestado cenários de sua infância e diz ter muito dele mesmo no protagonista, apesar de não ser uma história autobiográfica.

Um homem volta à cidadezinha onde cresceu e decide visitar a fazenda no fim da estrada onde morava Lettie, uma amiga de infância. Ao sentar-se para contemplar o lago da propriedade (que a amiga dizia ser um oceano), acaba relembrando os verdadeiros acontecimentos depois de 40 anos.

Um garoto de sete anos acaba vendo o corpo do inquilino que suicidou-se em desespero por dívidas de jogo. Essa morte acaba desencadeando uma série de eventos sobrenaturais que só a mente desse escritor é capaz de imaginar. As Hempstock, Lettie, sua mãe e avó são mulheres extraordinárias que estão no mundo desde antes da lua chegar e fazem de tudo para restabelecer a ordem e causar o menor dano possível na vida das pessoas da comunidade.

O menino é amante dos livros, prefere a companhia de suas histórias em todos os momentos e age de acordo com seus personagens favoritos de clássicos infantis, causando uma identificação instantânea com o leitor.

A aventura tem um tom melancólico e emocionante, muitas passagens são de arrepiar. Quem já está habituado as obras de Gaiman pode sentir falta da sua ironia costumeira, essa é uma história delicada e cheia de nuances que mostra como nossas lembranças mais profundas da infância podem nos afetar em quem nos tornamos como adultos e nossas motivações.

Tudo começou como um conto pra Amanda (Palmer, sua esposa), e quando Gaiman se deu conta já tinha saído do controle e tornado forma de romance, para sorte dela e nossa.

Se eu puder te recomendar um único livro, é esse, agora eu vou dar uma pausa e ler outro autor!

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