O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald
Num desses passeios por sebos, que gosto tanto, mas faço tão pouco, encontrei um livro com a capa estampada com corações e muito me espantei por lembrar do título e autor de algum lugar. Até agora não me lembrei de onde, mas a referência deve vir de muitos lugares, já que Scott Fitzgerald é considerado um dos maiores escritores americanos do século XX </wikipedia>.
Não encontrei muito sentido no início e desanimei da leitura.
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Durante as primeiras páginas assisti o filme Meia-Noite em Paris, e ao ver ali a personificação de Fitzgerald me dei conta de que ele era uma pessoa como nós, com os mesmo sentimentos e dúvidas, só que em outra época, onde a expressão era diferente, a arte era diferente, não eram necessárias tantas explicações. Eu não poderia encara-lo como um livro atual, esperando que seguisse as mesmas fórmulas que conheço.
Então resolvi parar de tentar encontrar o ritmo e deixei que ele me encontrasse.
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Como o título se refere, encontramos a história de Gatsby, mas sem a grandiosidade que se espera, é um homem que impressiona à primeira vista, mas que em vários momentos da narrativa mostra não ter muito conteúdo. O rapaz que nasceu em uma casa pobre, se apaixonou por uma jovem da alta sociedade que não poderia sequer pensar em desposar. Parte para a guerra (a primeira) e reaparece após cinco anos, morando em uma belíssima casa, onde oferece festas extravagantes à desconhecidos que não sabem de sua real origem ou da origem de sua riqueza.
O objetivo de Gatsby é reconquistar seu antigo amor, Daisy, que está casada com o rico, arrogante e infiel Tom Buchanan.
Com a narração de Nick Carraway, temos uma visão ampla dos personagens da trama, ele conta os episódios dos quais atua ou é espectador, por esse motivo não há um aprofundamento no perfil psicológico das personagens, e logo no início ele conta que foi educado de modo a não julgar ou criticar as pessoas. Tanto que ele conhece segredos que poderiam favorecer um ou outro amigo, mas fica à margem dos acontecimentos.
Passamos por três meses da vida de Gatsby, o período que Nick foi seu vizinho e acabou se tornando seu único amigo, acompanhamos de seus planos infantis até seu final trágico.
Não foi uma de minhas leituras favoritas, mas recomendo, saboreei os momentos que passei, tendo certeza de que era uma experiência nova. Se houver a oportunidade, leia e viaje por um tempo distante, mas não tão diferente do nosso.
Ficou ótima, sua boba!
É estranho ler uma critica negativa de um livro que gosto tanto.
Não concordo com alguns pontos. Vou falar pra ser chato (:
Não acho que os personagens sejam rasos, muito pelo contrário. Só que o livro é realmente de outra época, e a profundidade deles permeia o livro. Não existe nenhuma grande passagem que diz como o Gatsby se sente em relação a Daisy, mas ao final do livro da pra entender isso bem pelas somas das partes.
Não consigo ver Gatsby como um homem sem conteúdo. Na verdade ele é um homem muito normal. Ele apenas se apaixonou e achou que ter dinheiro lhe permitiria ter a Daisy.
É um romance muito comprimido, quase não tem passagens que não tenham significado e isso é muito de valor. Talvez um dia você releia a ache mais sentido, talvez não. Tem um outro livro que gosto muito que diz que você pode abrir qualquer página de O Grande Gatsby, e não importa qual seja vai ler uma página boa.
Obrigada pela visita Luiz. Acho incrível como os livros nos permitem ter leituras diferentes, influenciadas pelo que vivemos, pensamos e estudamos. É muito interessante ver os outros olhares sobre Gatsby. Volte sempre. Abraços!