Duas vezes em Oz

Em uma semana, estive duas vezes em Oz.

ozA primeira, através das palavras de L. Frank Baum, na edição de bolso de luxo da editora Zahar. Dentro dessa belezinha, que promete uma tradução fiel do clássico, estão as ilustrações de W. W. Denslow da primeira edição em 1900.

Qualquer ser humano (no mundo trouxa ocidental pelo menos) conhece mesmo que por cima essa história. Eu nunca assisti o filme de 1939, a única vez que vi uma adaptação foi numa peça de teatro no Hopi Hari com a Amanda! Nunca tive muito interesse na obra, mas como acho essencial conhecer os clássicos, há alguns meses comprei o livro.

A casa de Dorothy é levada por um furacão que passa pelo Kansas até a terra de Oz, dentro da casa estão a garotinha e seu cãozinho Totó. Na aterrissagem acabam acidentalmente matando a Bruxa Má do Leste, libertando os Munchkins que estavam sob seu domínio. Aconselhada e abençoada pela Bruxa Boa do Norte, Dorothy parte em busca da Cidade das Esmeraldas e do Grande Oz, pois só ele pode ajudá-la a voltar para a casa.

Seguindo a estrada de tijolos amarelos a garotinha encontra o Espantalho, o Lenhador de Lata e o Leão Covarde. Cada um deles tem também seu desejo impossível para Oz, então os quatro (mais o Totó!) se juntam para enfrentar os perigos da estrada até a Cidade das Esmeraldas.

Até aí tudo bem, grande parte disso todos sabem, mas são os detalhes que impressionam, o grande número de mortes e violência no livro. Lenhador de Lata passa o machado geral. Claro que na maioria das vezes os malvados acabam morrendo, mas ainda assim se trata de literatura infantil, e deixou um pouco incomodada.

o-mágico-de-OzA narrativa é simples, calma e direta, não tem muitos artifícios, nada oculto na linguagem. “Isso aconteceu assim e pronto.” Me pergunto se a geração de nossos pais açucarou demais nossos contos de fada, e agora uma história clássica e com mais de 100 anos gere estranheza por ser tão franca.

Minha segunda visita à Oz se deu pelo lindo encadernado da Marvel/Panini, adaptado por Eric Shanower e ilustrado por Skottie Young.

A adaptação é muito fiel ao livro, muitas das falas idênticas e não notei nada que tenha sido retirado, nada que fizesse falta. A única coisa que me incomodou foi uma das ilustrações que não segue exatamente a descrição do livro, mas só porque diz claramente que os caras/criaturas não tem braços, e insistiram em colocar braços neles.

collage-ozMas tudo bem, só um detalhe, as ilustrações são lindas, e se você não tiver tempo ou não quiser ler a história, pode acompanhar sem problemas pelos quadrinhos.

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