Desastre, S. G. Browne

A leitura deste livro é de antes d’Amora nascer, lembrei dele há pouco tempo e fiquei imaginando porque cargas d’água comprei um livro com essa capa e esse nome sem ter ideia de seu conteúdo, e cheguei à conclusão de que só pode ter sido em alguma promoção maluca.

Desastre_capaE como promoções malucas às vezes nos levam à coisas boas, fico contente de compartilhar com vocês um dos livros mais engraçados e inusitados que já li.

Desastre personifica sentimentos, pecados e outros elementos não palpáveis. Estamos acostumados a ver a Morte andando por aí em muitas ficções, mas foi a primeira vez que pude imaginar como seria a cara de Fado, Destino, Dona Sorte, e mais uma galera empenhada em manter a humanidade em seu curso.

A história é contada por Fado, ou Fábio (ou Fáááááááááááááááábio, como diria Destino), responsável por manter a população medíocre fazendo merda e continuando nela. O protagonista está de saco cheio de seu trabalho, cansado de ver os seus cinco bilhões e meio de seres humanos viverem a mesma vidinha todos os dias e fracassando sempre. O restante da população mundial está destinado à grandeza, e sob os cuidados de Destino – “Aquela puta!”.

Claro que o emprego paga bem, apartamento incrível, cartão de crédito ilimitado, um corpo ‘dos deuses’, e claro, imortalidade.

Mas nem as sessões de sexo sem contato com Destino e tudo que o dinheiro é capaz de comprar o satisfazem mais, e Fábio começa a quebrar algumas regras da sua condição.

A primeira delas: Não se envolva com humanos.

E o engraçadinho não só se envolve, como se apaixona pela humana Sara, uma mulher incrível que obviamente está na Trilha do Destino.

O livro é cheio de graça e tem um final surpreendente (DE VERDADE), as minhas partes favoritas são as descrições dos personagens segundo Fábio, ele sempre encontra um “problema”, que normalmente é a personalidade do indivíduo.

Pena que nem tudo são flores, a tradução tem muitas falhas, são expressões traduzidas ao pé da letra; outras esquecidas, em Português em uma página, em Inglês na seguinte; sem contar algumas frases inteiras que ficam sem sentido. Nada que prejudique o enredo, mas com certeza irrita os leitores mais atentos.

Além disso, essa capa que não condiz com a narrativa. Acredito que na época os romances melosos sobrenaturais estavam “na moda” e a capa foi feita com o intuito de vender mais para esse público, mas não, o conteúdo é divertido, uma comédia que combina muito mais com as capas estrangeiras.

fated
Capa Americana
Fated2
Capa Inglesa

 

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Título original: Fated
Editora: LeYa
Número de páginas: 272