Cartas de amor aos mortos | Ava Dellaira

Para ler ouvindo:

 

“Simplesmente amei este livro. Cartas de amor aos mortos é mais do que um livro de estreia impressionante. É o anúncio do surgimento de uma nova voz literária corajosa.” – Stephen Chbosky

cartas-de-amor-aos-mortosAva Dellaira deve ter ficado muito orgulhosa de ter estampada na capa de seu primeiro livro uma frase elogiosa do amigo e escritor de As vantagens de ser invisível. Sua aprovação significa que a trajetória da protagonista Laurel, tão semelhante à de Charlie, resultou em mais um YA destinado ao sucesso.

Laurel está começando o ensino médio em uma nova escola, a salvo de qualquer comentário ou lembrança sobre a morte trágica de sua irmã May no último semestre. Em seu primeiro dia de aula, a professora de inglês propõe a tarefa de escrever uma carta para alguém que já morreu. Apesar de nunca entregar o dever, a garota passa a escrever diversas cartas direcionadas as seus ídolos que coincidentemente morreram jovens.

Ela conta sobre seus novos amigos, sua primeira paixão e o desafio de encontrar quem realmente é no vazio que May deixou. A seus olhos a irmã mais velha era a personificação da perfeição, linda, alegre, inteligente e livre.

Revezando as semanas entre a casa do pai e da tia religiosa Amy, Laurel ainda tem que conviver com a saudade da mãe, que se mudou para viver seu luto longe da filha caçula.

Aos poucos descobrimos o que realmente aconteceu com as irmãs nas semanas que antecederam à morte de May e fica mais clara toda dor e confusão de Laurel.

A leitura é fluida e interessante, personagens adoráveis e verossímeis, a edição da editora Seguinte é linda e de excelente qualidade. O que incomoda um pouco é a insistente didática nas cartas, onde a garota conta aos mortos sobre suas próprias vidas, como se o leitor não já não soubesse o óbvio ou não fosse capaz de usar o Google para se esclarecer.

Em As vantagens de ser invisível Chbosky usa a literatura como fio condutor de estória, já Dellaira tem a música de grandes astros do rock (playlist ali em cima^) e inúmeras referencias de cultura pop para auxiliar no tom, e dar emoção à suas cenas.

E já podem ir preparando os lencinhos, em breve iremos ver a adaptação nos cinemas, o roteiro ficará por conta da própria autora (que também contribuiu com o roteiro de As vantagens) e os produtores serão os mesmos de A culpa é das estrelas.


Título Original: Love letter to the dead
Editora: Seguinte
Páginas: 344
Cortesia da Editora
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