Da Poeta ao Inevitável, Maria Giulia Pinheiro

A luz é a própria liberdade do fim.
Quando encontrar um vagalume, menino, percebe:
ele é livre,
mas vive pouco.

Conheci a Magiu na faculdade de jornalismo – simpatia e talento de pessoa que na próxima quinta-feira vai lançar o livro Da Poeta ao Inevitável – PS: Entre mins, El_s e Seis Deusas no Canto Madalena (SP). O prefácio do livro foi escrito por Welington Andrade, Doutor em Literatura Brasileira na USP e meu professor preferido na Cásper:

“Eis que agora tenho diante dos olhos uma caudalosa produção poética de Maria Giulia, belamente batizada de “Da Poeta ao Inevitável”, a qual se juntam, na qualidade de postscriptum, mais três títulos: “Entre mins”, “El_s” e “Seis deusas”. E nova surpresa me toma de assalto. A escritora entra meio sem pedir licença (como convém aos poetas e às crianças) na casa de sua língua-mãe e vai colocando tudo de pernas para o ar. Ora, ela é um vate sintético – disposto a brincar com as metamorfoses da palavra. Ora, um aedo digressivo, querendo exercitar as possibilidades narrativas das frases em meio ao mistério do discurso lírico”

A ilustração de capa e o projeto gráfico são de Leonardo Mathias e a edição de Eduardo Lacerda. Se você não puder comparecer ao lançamento, pode comprar o livro pelo site da Editora Patuá – Amigos e leitores de outras cidades que realizarem a compra antes do lançamento receberão o livro autografado após o evento.

magubaixaMaria Giulia Pinheiro estudou jornalismo, teatro e ciências sociais, mas trabalha como roteirista, diretora, dramaturga, atriz, produtora e o que mais oferecerem em troca de dinheiro honesto. Escreve poesias há quatro anos e se arrisca, nas horas vagas, a contos curtos. Formou-se na Cásper Líbero e no Teatro Escola Célia Helena e ainda cursa a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.  É diretora e dramaturga do grupo de pesquisas teatrais Companhia e Fúria e coordena o Grupo de Pesquisas Artísticas de Pulsões Femininas. Acredita que existe uma batalha a ser travada no campo do imaginário: criar realidades de poder feminino e explorar arquétipos diferentes do herói guerreiro.  Escreveu o manifesto Por um imaginário em que explora as contradições desta luta artística. Em 2012, foi diretora e dramaturga da peça Bruta Flor do Querer, em cartaz em São Paulo. Nasceu no dia 28 de maio de 1990, é geminiana, com ascendente em capricórnio, lua em leão e vênus em áries, mas diz por aí que não acredita em astrologia.

Passagem

Tão bonito o ressuscitar.
É que a morte,
como vejo,
não é objetivo,
fim,
nada.

A morte é a virada de vida,
paixão,
começo preenchido,
novo zero.

A morte é um nascer de outro lado.

Tão bonito o ressuscitar:
nascer do mesmo lado,
depois de ter morrido,
é entender que não é o lado
que define a vida,
mas o modo de ser
vivo.

Tão bonito ressuscitar quando é preciso morrer.