Muitos conhecem Drummond como pelo cara que possui uma estatua na praia de Copacabana, mas ele é muito mais que isso.
Carlos Drummond de Andrade, nasceu em 31 de outubro de 1902, no município de Itabira – Minas Gerais( “Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas” – trecho de Confidência do Itabirano). Apesar de escrever desde cedo, se formou em farmácia e foi funcionário publico no Rio de Janeiro durante quase toda a vida. A estatua fica em um dos locais preferidos de Drummond no Rio.
Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Morais, com quem teve dois filhos, Carlos Flávio, que viveu apenas meia hora (e a quem é dedicado o poema “O que viveu meia hora“), e Maria Julieta Drummond de Andrade(autora de vários livros de crônicas, entre os mais conhecidos estão:“Um Buquê de Alcachofras”, “Diário de uma garota”, “Gatos e Pombos” e “O Valor da Vida”).
Faleceu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha.
Considerado um dos mais influentes escritores brasileiros e um dos mais importantes poetas da língua portuguesa, fez parte da escola literária modernismo, cuja ajudou a divulgar no brasil. Sua obra literária é extensa, ele escreveu poesias, crônicas, contos e historias infantis.
De toda sua obra os livros Alguma Poesia, Sentimento do Mundo e A Rosa do Povo são considerados os mais importantes de sua carreira. Sendo que o Terceiro está na lista unificada(USP/Unicamp) de livros para o vestibular 2013/2014/2015 e o segundo já esteve na mesma lista.
“Cidadezinha qualquer”, “José”, “No meio do caminho”, “Os ombros suportam o mundo”, “Quadrilha”, “Sentimento do mundo” são os poemas mais conhecidos dele.
Sentimento do mundo, na minha opinião é o melhor livro escrito pelo Drummond, um belo e profundo conjunto de poemas que eu não me canso de ler.
Você pode ouvir alguns poemas na voz do próprio Drummond (nunca ouvi um declamar de poemas tão bonito quanto o de Drummond):
José
Memória
No meio do caminho
Mundo Grande
Quadrilha
Infância
Obra:
Poesia:
- Alguma Poesia (1930)
- Brejo das Almas (1934)
- Sentimento do mundo (1940)
- José (1942)
- A Rosa do Povo (1945)
- Claro Enigma (1951)
- Fazendeiro do ar (1954)
- Quadrilha (1954)
- Viola de Bolso (1955)
- A vida passada a limpo (1959)
- Lição de Coisas (1962)
- Boitempo (1968)
- A falta que ama (1968)
- Nudez (1968)
- As Impurezas do Branco (1973)
- Menino Antigo (Boitempo II) (1973)
- A Visita (1977)
- Discurso de Primavera e Algumas Sombras (1977)
- O marginal Clorindo Gato (1978)
- Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979)
- A Paixão Medida (1980)
- Caso do Vestido (1983)
- Corpo (1984)
- Eu, etiqueta (1984)
- Amar se aprende amando (1985)
- Poesia Errante (1988)
- O Amor Natural (1992)
- Farewell (1996)
- Os ombros suportam o mundo(1935)
- Futebol a arte (1970)
- Naróta do Coxordão (1971)
- Da utilidade dos animais
- Elegia (1938)
Antologia poética:
- Poesia até agora (1948)
- A última pedra no meu caminho (1950)
- 50 poemas escolhidos pelo autor (1956)
- Antologia Poética (1962)
- Antologia Poética (1965)
- Seleta em Prosa e Verso (1971)
- Amor, Amores (1975)
- Carmina drummondiana (1982)
- Boitempo I e Boitempo II (1987)
- Minha morte (1987)
Infantis:
- O Elefante (1983)
- História de dois amores (1985)
- O pintinho (1988)
- Rick e a Girafa 7
Prosa:
- Confissões de Minas (1944)
- Contos de Aprendiz (1951)
- Passeios na Ilha (1952)
- Fala, amendoeira (1957)
- A bolsa & a vida (1962)
- A minha Voda (1964)
- Cadeira de balanço (1966)
- Caminhos de João Brandão (1970)
- O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso (1972)
- De notícias & não-notícias faz-se a crônica (1974)
- 70 historinhas (1978)
- Contos plausíveis (1981)
- Boca de luar (1984)
- O observador no escritório (1985)
- Tempo vida poesia (1986)
- Moça deitada na grama (1987)
- O avesso das coisas (1988)
- Auto-retrato e outras crônicas (1989)
- As histórias das muralhas (1989)
Quer saber mais sobre esse maravilhoso escritor? Entra aqui: http://www.carlosdrummond.com.br/
O Que Viveu Meia Hora (A Paixão Medida)
Nascer para não viver
só para ocupar
estrito espaço numerado
ao sol-e-chuva
que meticulosamente vai delindo
o número
enquanto o nome vai-se autocorroendo
na terra, nos arquivos
na mente volúvel ou cansada
até que um dia
trilhões de milênios antes do Juízo Final
não reste em qualquer átomo
nada de um hipótese de existência.