Mary e Max

A vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro.

Mary Dinkley é uma menina de oito anos que não tem amigos e vive no subúrbio de Melbourne, na Austrália. Ela tem uma mãe que adora “checar” se os vinhos ainda estão bons, um pai que dá mais atenção aos animais empalhados do que à filha e uma marca de nascença na testa que a faz ser alvo de brincadeiras na escola. Max Horovitz é um judeu de 44 anos, obeso e que vive sozinho na cidade de Nova York. Ele frequenta um grupo de ajuda para comedores compulsivos, tem sérios problemas para se relacionar com as pessoas – o que é explicado no fim do filme – e nunca teve um amigo de verdade.

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Ignorada pelos pais, Mary escreve uma carta para um endereço aleatório nos Estados Unidos com o intuito de matar a sua curiosidade sobre a origem dos bebês – em sua terra natal, eles são encontrados no fundo das canecas de cerveja, segundo seu pai. Apesar da diferença de 20 anos em suas idades, eles acabam descobrindo paixões em comum e continuam se correspondendo por quase duas décadas.

Baseado em uma história real e com bonecos e cenários de argila, o filme aborda a solidão de forma bastante sensível, utilizando a delicadeza e a sutiliza do stop-motion. São dois personagens repletos de inocência, o que nos faz ver coisas simples do cotidiano com outros olhos. Apesar de parecer um enredo triste, ele nos ensina que a amizade pode vencer qualquer dificuldade que a vida nos apresente. Afinal, como disse Ethel Mumford, “Deus nos dá familiares. Graças a Deus podemos escolher nossos amigos”.

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Dirigido por Adam Elliot e produzido por Melanie Coombs, o filme recebeu 8 prêmios, entre eles o Sundance Film Festival 2009. O elenco é formado por  Philip Seymour Hoffman (RIP), Toni Collette, Eric Bana, Bethany Whitmore e com Barry Humphries como narrador.

Eu insisto, peço e recomendo que vocês assistam ao filme. É absolutamente maravilhoso.