Caçadores de Obras-primas

O primeiro trailer de Caçadores de Obras-primas (The Monuments Men), incitava o público a comparecer à uma comédia de ação no melhor estilo Onze Homens e um Segredo, George Clooney e Matt Damon em papéis de destaque só reforçavam essa ideia. Mas não se engane, o longa que tem o próprio Clooney como co-roteirista, diretor e produtor escorrega justamente no ritmo, e seu humor é tão sutil que pode desaparecer aos desatentos.

Contando a história real de uma equipe de especialistas em arte que liderados pelo tenente Frank Stokes (Clooney) seguiram para a Europa com o objetivo de recuperar e devolver aos seus donos originais as obras saqueadas pelo exército nazista. A ordem era destruir tudo caso Hitler morresse, já que seus planos de construir um museu para exibi-las foram frustrados com sua iminente derrota. Além de destruir prédios e despedaçar famílias, o ditador queria apagar para sempre a memória do povo que tentou dominar.

O time de caçadores se divide em busca de pistas sobre onde estariam escondidas obras dos mais variados artistas, entre eles, Picasso, Rembrandt, Monet, Cézanne e Rodin. Não há um grande clímax, apenas algumas trechos com certa tensão. A cena mais bonita, em que uma música embala a solidão dos soldados, se mistura com uma outra com intenção de apenas chocar e acaba perdendo o sentido.

Com nomes como Bill Murray e John Goodman no elenco principal, confesso que esperava mais no quesito entretenimento, não que a carga dramática deles não seja importante, mas a cada vez que um dos dois aparecia sem foco na tela, uma risada morria no fundo da garganta.

Com o objetivo de mostrar a importância da arte como registro da humanidade, Clooney pode ter deixado a desejar, menosprezando o valor da vida em si.